sábado, 10 de outubro de 2020

 A  CAIXA  DIBBUK

     Olá pessoal! Nesse post vou falar um pouco sobre o caso da chamada "caixa dibbuk".

    No meu livro "Análise Sobre Mitos e O Oculto" eu fiz uma menção resumida sobre esse caso. Tudo começou quando em uma venda de garagem Kenin Mannis dono de uma loja de móveis antigos viu uma caixa tipo armário de vinho antiga e quis comprar. Mas antes de levar foi advertido pela neta da senhora Havela que aquela caixa continha o "dibbuk" preso e que jamais deveria ser aberta. Kenin deixou a caixa no depósito de sua loja. Sua funcionária presenciou fenômenos estranhos e inclusive vozes proferindo palavrões. Ela ficou tão assustada que saiu imediatamente da loja e nunca mais voltou! Kenin ao dar a caixa a sua mãe ela sofreu um derrame pouco tempo depois. Quando ele deu a caixa a seu irmão, esse também a devolveu afirmando que ela exalava um cheiro ruim. Durante todo tempo que a caixa permaneceu em sua casa Kenin e seus parentes próximos sofreram com fenômenos negativos. Ele resolveu vender a caixa no Ebay relatando os fenômenos negativos. Mesmo assim a caixa teve um comprador chamado Nietzke. Neitzke sofreu na pele as consequências dos fenômenos e decidiu vendê-la novamente no Ebay. O próximo comprador foi um médico chamado Jason Haxton que já acompanhava os relatos a respeito dos fenômenos pelo blog pessoal de Neitzke. Ao sofrer também os fenômenos, Jason entrou em contato com o primeiro comprador Kenin que recomendou a ele conversar com os donos originais. Foto de Jason com uma réplica da caixa:


      Ao investigar pessoalmente, Jason ficou sabendo que a origem da caixa remete a Polônia no ano de 1938 durante as perseguições dos nazistas aos judeus. Uma judia Havela junto a uma amiga resolveram contactar um espírito para poderem ajudar contra os nazistas usando um método semelhante ao tabuleiro Oija mas usando um pêndulo. Elas mantiveram contato com um espírito e em determinado momento ele pediu para "vir" aqui a nosso plano material e elas autorizaram, mas perceberam que o espírito era maligno e tentaram lacrá-lo (ou "selá-lo" se preferirem) em um objeto mas falharam. Após a Segunda Guerra Mundial, Havela tenta novamente prender o espírito e consegue fazê-lo naquela caixa. Ao migrar para os EUA Havela leva a caixa consigo e conta a origem dela a sua neta. Seu desejo era que a caixa fosse enterrada junto com seu corpo ao morrer, mas, isso era contra as regras de um enterro judaico ortodoxo tradicional. Em sua pesquisa para tentar selar definitivamente a caixa Jason conheceu Rebeca Edery uma livreira cujo pai era um judeu que havia estudado cabala. Rebeca contou a Jason que ele deveria realizar um tipo de enterro cerimonial com um "mynian" um grupo de orações composto por dez pessoas. Em 2004 Jason realizou o ritual estilo wicca tendo colocado a caixa em outra caixa feito de madeira de acácia e foleada a ouro. 

     Quando tornou pública a história Jason era tão assediado por curiosos que teve que mudar o número de telefone. Ele criou um site thedibbukbox e também o livro contando a história. Jason passou a aparecer em programas de tv onde contava a história sobre a caixa e levava réplica. Em 2013 ele disse que a caixa original estava lacrada e escondida em um lugar seguro. Dentro da caixa original haviam duas moedas antigas de penny, um castiçal de ferro, uma taça de ouro, uma placa de granito com o nome de Salomão em hebraico, duas mechas de cabelos uma mecha loira e outra marrom (talvez das duas mulheres que lacraram o espírito da primeira vez) e um botão de rosa seco. Fotos de como seria a caixa por dentro e fechada:




     Do lado de trás da caixa também haviam inscrições em hebraico, percebe-se que o início é o "shemá" Deuteronômio cap. 6 versículo 4. "Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.":


     Em 1891 Elijah J. Bond obteve a patente para o tabuleiro "Ouija" tal qual é conhecido hoje em dia, mas, para se fazer contato com o "outro lado" existem muitas variações de métodos e apetrechos, as mulheres judias que prenderam esse dibbuk usaram um método com pêndulo para se comunicar com entidades. Muitos acidentes decorreram pelo uso de métodos assim pelas pessoas através dos tempos e ainda ocorrem. Manter contato com o "outro lado" não é difícil, como os grupos Espíritas vem fazendo a tanto tempo, o problema é que quase nunca se tem certeza sobre que tipo de entidade está "do outro lado" e em determinado momento depois das comunicações a entidade acaba ganhando a confiança da pessoa e pede para ela "convidar" ela para cá "dar a permissão" e é aí que as coisas saem do controle. Muitos casos graves de possessão demoníaca acontecem por causa disso. O nome de Salomão gravado na pedra não surpreende já que ele é considerado por muitas tradições como o maior dominador de espíritos que já existiu. A crença em "dibbuk" abre o leque de possibilidades a respeito de entidades não físicas que a maioria crê se resumir a anjos e demônios. Um "dibbuk" na crença judaica pode ser qualquer coisa inclusive um espírito de alguém que morreu e foi condenado a vagar em nosso plano material pelos seus pecados. A crença em reencarnação sempre existiu na tradição judaica (Jesus também falou sobre) mas é desencorajada pelos rabinos mais tradicionais. Uma exceção foi o célebre ARI (Isaac Luria 1534-1572) ele não só falava abertamente sobre reencarnação como também deu muitas provas. Um "dibbuk" seria então algo bastante genérico mas essencialmente uma entidade vagante não física.