domingo, 14 de junho de 2020

OCULTISTAS NOTÁVEIS-11

   Olá pessoal! Nesse post vou falar sobre um ocultista não muito badalado na atualidade, mas, que foi muito popular em sua época: o conde Louis Hamon, conhecido como Cheiro (embora o "ch" tenha som de "sh" em português, nesse caso "Cheiro" deve-se pronunciar como "Keiro" pois vem de "chéri" "kéri" que significa "mão" em grego).
   Ele nasceu em 1 de novembro de 1886 na Irlanda e faleceu em 8 de outubro de 1936 nos EUA. Embora usasse o pseudônimo de conde Louis Hamon, seu verdadeiro nome era Willian John Warner, o título de "conde" que ele passou a usar era fictício. O nome Cheiro que ele passou a usar era muito apropriado para si, pois, foi por causa da quiromancia (adivinhação pela mão) que ele se tornou famoso. Não é exagero afirmar que foi ele quem levou essa antiga arte ao grau mais alto. Antes de mais nada, cabe esclarecer algo sobre quiromancia. Não se trata exatamente de adivinhação, mas sim de interpretação, é uma técnica que interpreta a personalidade das pessoas baseado na observação de certos elementos da mão do indivíduo. Pode-se dizer que a quiromancia seja uma subdivisão da "fisiognomonia" uma técnica que teria surgido na antiga Índia de milhares de anos atrás e que buscava interpretar a personalidade de uma pessoa baseado na observação das características físicas da mesma. Ambas as técnicas surgiram na Índia e foram praticadas pelos persas que as levaram ao Ocidente, Grécia e Roma. Outra subdivisão dessa técnica é a chamada "quirologia" que dá mais importância ás linhas da mão sugerindo assim o "futuro" ou "sorte" de quem está sendo observado, mas, essas linhas muitas vezes mudam devido a impactos emocionais na pessoa.
   Existe um trecho bíblico que parece sugerir fortemente que há algum fundamento por trás dessa técnica, está no livro de Jó cap. 37 versículo 7:

   "Ele põe selos sobre as mãos dos homens, a fim de que todos os mortais reconheçam seu Criador."

   Quando jovem, Cheiro viajou para o porto de Bombaim onde conheceu um indiano da etnia Chitpavan Brahmin que se tornaria seu guia iniciando nessas artes. O indiano o levou para sua aldeia em Konkan. Depois de algum tempo, os Brahmanes autorizaram Cheiro a estudar um antigo livro que versava sobre as mãos. Depois de dois anos estudando-o, Cheiro retornou a Londres para começar sua carreira de quiromante. Foto dele:

   Graças á sua perícia nessa arte, Cheiro alcançou fortuna e status, tornou-se famoso, angariou seguidores e conheceu grandes personalidades de sua época como Oscar Wilde, Mata Hari, Thomas Edison, o explorado Henry Morton Stanley e outros. Cheiro relutou durante vários anos em se casar, mas, já sabia que estava destinado a se casar com uma mulher que o curaria de uma doença grave, e foi o que de fato aconteceu. 
   Existe uma história muito curiosa sobre Cheiro que teria ocorrido quando ele realizava um trabalho no Cairo, Egito em meados de 1900. Ele tinha uma boa amizade com um guia egípcio que lhe salvara a vida. Quando manifestou o desejo de retornar á Europa, esse guia lhe entregou um estranho presente: era uma mão real humana preservada! Essa mão estava muito bem preservada, a cor era morena, os dedos eram delicados, as unhas estavam cobertas com um tipo de esmalte de ouro e havia um anel no dedo com pequenos hieróglifos. O egípcio disse a Cheiro que aquela mão tinha sido passado de geração em geração á sua família através dos séculos e pertencera a uma das filhas do faraó Akhenaton e a rainha Nefertiti chamada Meketaten. Essa princesa teria conduzido um exército ao templo de Karnak em Tebas na tentativa de eliminar o culto de Amon (Akhenaton foi um faraó que desejava eliminar os vários cultos politeístas e estabelecer o culto ao deus único solar Aton). Mas os sacerdotes de Amon capturaram a princesa e cortaram a mão dela que ficou exposta no templo de karnak por muitos anos antes de ter passado á família desse egípcio. O egípcio disse que a alma "ka" da princesa Meketaten estava presa naquela mão. Cheiro a levou para a Irlanda. Cheiro estava decidido se mudar para a Inglaterra e percebeu que a mão mumificada tinha começado a sangrar, ele aplicou piche e verniz o que estancou brevemente o sangramento. Na noite anterior á mudança, Cheiro e sua esposa decidiram dar um fim àquela mão. Sua esposa leu um hino á Ísis do Livro dos Mortos e ele jogou a mão na lareira percebendo o estranho cheiro de incenso que emanava. Enquanto subiam as escadas para dormirem, os dois perceberam um vento impetuoso soprando na casa e para o espanto deles uma forma de uma mulher se materializou na casa, tinha o aspécto de uma nobre egípcia com adornos de ouro. A mulher prestou reverência ao casal e subitamente desapareceu. Os dois não conseguiram dormir naquela noite devido ao insólito fenômeno. No dia seguinte, Cheiro revolveu a lareira para ver os restos da mão e deduziu que o "ka" da princesa Meketaten que havia sido preso naqula mão decepada pelos sacerdotes de Amon havia sido finalmente libertado, com o detalhe da similaridade entre Amon e o nome que usava Hamon. Essa história foi narrada pelo jornalista R. F Luchetti, infelizmente nunca pude obter mais informações do jornalista pois ele já havia falecido.
   Na época em que Cheiro viveu nos EUA continuava atendendo clientes, cerca de vinte por dia. Certa vez, em Nova York, jornalistas quiseram pôr suas habilidades á prova e lhe entregaram treze impressões digitais diferentes. Cheiro interpretou corretamente a personalidade e características de doze pessoas donas das impressões. Mas se recusou a falar sobre uma delas dizendo: "-Recuso-me a identificar essa impressão para qualquer outra pessoa, a não ser a própria, porque é a marca de um assassino. Ele irá se revelar através de confissão e morrerá no presídio." Era a impressão do dr. Henry Meyer que estava no presídio de Tombs acusado de assassinato, ele morreu meses depois em uma clínica psiquiátrica.
   As façanhas de Cheiro pareciam ir além da pura quiromancia, e alcançaram o domínio da visão de acontecimentos futuros (profecia ou visão remota que pode ser feita através de "estases" e técnicas elaboradas) pois, ele falou de modo acertado sobre eventos que realmente aconteceram no futuro como a ruína da família Romanov na Rússia, a ascensão de ditaduras na Espanha, Itália e Alemanha, a refundação do estado de Israel pelos judeus, o anúncio de três guerras mundiais (duas já ocorreram), e que os americanos dominariam os ares (pode estar se referindo a força aérea, aos projetos de foguetes espaciais, ou á tecnologia de satélites e telecomunicações.)
   Embora essa antiga arte seja motivo de chacota devido ao estereótipo dos ciganos "lendo o futuro" há realmente uma "técnica" por trás da interpretação e Cheiro publicou vários livros onde explica os métodos que consideram não apenas as linhas, mas também o formato da mão em geral, dos dedos, e os "montes" essas ligeiras elevações na palma que são cada uma associada aos atributos da lua, vênus, mercúrio, sol, saturno e júpiter. Diz-se que Alexandre, o Grande aprendeu algo dessa técnica através de seu mestre Aristóteles, que Júlio César a conhecia e que até Hitler fosse um praticante. Existem relatos que afirmam que quando Hitler conhecia alguém e o cumprimentava apertando a mão dele ele prestava bastante atenção a mão da pessoa e que ás vezes se mostrava desconfiado após sua avaliação como se percebesse que devido as características do indivíduo ele não fosse digno de confiança. 
          


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