domingo, 30 de junho de 2024

 A RAINHA FEITICEIRA DO JAPÃO HIMIKO

   Parece uma cena de filme: na época da Segunda Guerra Mundial um padre de origem galesa estava servindo como capelão no exército britânico na região de selva tropical da Birmânia (sudeste asiático). Ele acordou de madrugada com um pressentimento e orientou o comandante da sua unidade a lançar um morteiro em determinada direção. O comandante havia aprendido a confiar na "intuição" desse padre que estava quase sempre correta. Os soldados prepararam os morteiros e lançaram naquela direção. Ao amanhecer quando os britânicos chegaram naquele local descobriram que era um assentamento hospitalar dos soldados japoneses. Todos os japoneses morreram no ataque, exceto um que estava ferido mas vivo, ele foi tratado e levado para ser interrogado. No final da tarde o padre quis ir até esse prisioneiro japonês para ministrar a extrema unção caso viesse a morrer devido aos ferimentos. Quando o padre mostrou o crucifixo e começou as orações o prisioneiro japonês ficou agitado, o tradutor disse que o japonês estava praguejando contra a cruz do padre. O prisioneiro japonês finalmente arrancou as ataduras dos ferimentos gritando -HIMIKO! HIMIKO! E morreu enquanto sangrava.

   Essa experiência deixou uma forte impressão no padre, porém não compreendeu do que se tratava naquele momento. Depois da guerra o padre foi designado como capelão residente no Japão, e lá ficou sabendo o que era Himiko:

 

   "Não foi senão mais tarde que Hearthy descobriu o que significava Himiko. E ali, na selva, teve um princípio de compreensão de que o homem que acabara de morrer era dedicado a algum poder espiritual do qual provinha o seu ódio à cruz. (...)

   Em 1947, durante uma conversa com um professor chamado Obata no Ryukoku, da escola budista, soube o que era Himiko. Himiko tinha sido, parecia, uma rainha feiticeira, em tempos muito remotos, e ainda existia uma seita moderna que a adorava como deusa-demônia. Acreditavam que ela vivia e reinava entre as montanhas cobertas de neve atrás de Kioto."

 

   Esse relato extraordinário foi retirado do livro "Reféns do Diabo" de Malachi Martin publicado originalmente em 1976 no estrangeiro e meados da década de 80 no Brasil, capa da versão brasileira:


   É um livro contendo os relatos sobre exorcismo do ex-padre jesuíta Malachi Martin cuja riqueza de detalhes o torna uma leitura imersiva. Afinal de contas quem é Himiko? A verdade é que mesmo entre fontes japonesas disponíveis pela internet afora é difícil de saber pois são poucas informações. Esse é o tema da edição de julho de 2024 da revista digital OCCULT POP, assine a revista para ter acesso a esse conteúdo completo entrando em contato comigo pelo e-mail: ricardodias7occultpop@gmail.com valor R$ 25,00 assinatura por 1 ano, todo mês uma nova edição enviada diretamente para o e-mail do assinante.

   Das poucas fontes históricas disponíveis ficamos sabendo que Himiko foi uma mulher que governou uma região do Japão em tempos recuados. As fontes históricas são de relatos de embaixadores chineses da época que tiveram contato com ela e seu reino. Os relatos dizem que ela praticava "feitiçaria" e que "enfeitiçava" o povo. Era uma prática com algumas semelhanças com o xintoísmo como é praticado atualmente. Depois da morte de Himiko desenvolveu-se um tipo de "culto" em torno de sua personagem no Japão, culto esse com pouquíssimos relatos inclusive. 

   Por incrível que pareça foram feitas algumas obras da cultura pop com referências a rainha feiticeira Himiko como um jogo da Sony para Playstation e um filme da popular franquia Tomb Rider, além de outras referências em vários animes japoneses. 

   A figura misteriosa, obscura e exótica da rainha feiticeira Himiko capturou a imaginação de vários produtores tanto do Ocidente quanto do Japão. Na parte I da revista falei sobre as descrições históricas e provável significado de sua prática "mágica", na parte II da revista falei sobre as referências a Himiko em obras da cultura pop e possível interpretação de um arquétipo feminino negativo. Assine a revista entrando em contato pelo e-mail: ricardodias7occultpop@gmail.com



quarta-feira, 26 de abril de 2023

 O TECTITO OURO LÍBIO

   Olá pessoal! Nesse post vou falar um pouco sobre um mineral que possui uma história muito interessante, conhecido como tectito ouro líbio, vidro da Líbia ou LDG (abreviação de "libyan desert glass" em inglês). 

   O "vidro da Líbia" se apresenta como um mineral de tom amarelo semitransparente, os pedaços vendidos são sem forma definida e possui uma alta vibração (pra quem pode sentir as vibrações dos minerais). Foto de um tectito ouro líbio da minha coleção:


    Mencionei o tectito ouro líbio e também outros "tectitos" e técnicas meditativas para se praticar em conjunto com minerais no meu livro "Meditação e Cristais-Um Guia Prático" link a direita do blog. 

   Muitas pessoas confundem "tectitos" com meteoros. Poucos meteoros possuem massa suficiente para chegarem inteiros na terra, a maioria se desintegra na atmosfera, mas, quando atingem o solo o calor do impacto faz derreter os minerais ao redor formando o que se define como tectito. Portanto, "tectito" pode ser definido como um tipo de vidro que se formou a partir do calor do impacto de algum corpo celeste na terra, a maioria dos tectitos vendidos no mercado são escuros e vindos do sudeste asiático, algumas exceções são os minerais conhecidos como "moldavita" com aspecto de um vidro verde encontrado na Rep. Tcheca, (muito valorizado nos meios esotéricos por sua vibração, sendo comparado ás vezes a "pedra do Graal" ou "pedra de Lúcifer") a "pedra cintamani" encontrada na Ásia Central conhecida como "pedra do desejo" e mencionada na tradição budista e o tectito ouro líbio encontrado no deserto da Líbia, país a oeste do Egito. Os tectitos carregam altas vibrações oriundas do corpo celeste que caiu na terra mais os minerais próprios da terra que se aqueceram e solidificaram. A maioria das explicações dos cientistas sobre a época e a massa do corpo celeste (se é que de fato foram "meteoros" compostos de minerais, pois, naves espaciais ou satélites aliens caídos também podem gerar tectitos pelo calor da queda) é incerta e quase pura especulação, uns afirmam que tais pedras se formaram a milhares ou milhões de anos atrás do impacto, não há consenso. Uma possível explicação sobre a origem do tectito ouro líbio aparece no livro "O Despertar dos Mágicos" clássico do estilo "realismo fantástico", veja o trecho:

 

   "O Doutor Ralph Stair, do N.B.S. americano, ao analisar estranhas rochas hialinas na região do Líbano, as tectitas, admite que estas poderiam ser provenientes de um planeta desaparecido, situado outrora entre Marte e Júpiter. Na composição das tectitas descobriram-se isótopos radioativos de alumínio e berilo."

 

   O planeta ao qual esse cientista se refere é o chamado planeta Maldek, também chamado Mallona ou "super earth" que existiu entre as órbitas de Marte e Júpiter e que explodiu tempos atrás e parte das rochas restantes foram puxadas pela órbita de Saturno formando os famosos anéis desse planeta. Seriam então os tectitos ouro líbio formados de alguma rocha do planeta Maldek que caiu no deserto da Líbia (segundo alguns, Maldek explodiu cerca de 1 milhão de anos atrás)? Isso é apenas uma especulação, nada confirmado. Em todo caso, o vidro da Líbia carrega uma alta vibração, ele foi esculpido na forma de um escaravelho (símbolo do renascimento no antigo Egito) e colocado no centro de um colar encontrado na tumba do faraó Tutancamon, veja a foto desse colar com o tectito ouro líbio no centro:

   O artesão que criou esse colar certamente percebeu que essa pedra possuía a vibração mais adequada para compor esse colar para o faraó. 

   Aos que trabalham com as propriedades esotéricas dos minerais eu recomendo o tectito ouro líbio, embora seja relativamente raro e costume ser vendido a um alto preço na internet, a alta frequência desse mineral é excelente para quem pratica técnicas meditativas.
 

domingo, 5 de fevereiro de 2023

LIVRO NOVO DO AUTOR

 

   "Na verdade, Salomão foi o maior dos mágicos. Ele tinha poder sobre os pássaros e as feras e sobre os homens do maior ao menor. Invocai, pois, os espíritos e os djinns em seu nome e com o seu selo: e triunfareis, se for a vontade de Alá!"

 

Miftah El-Qulub, A Chave dos Corações, manuscrito persa do ano 1000 da Hégira.

 

"Abjad, Hawwaz, Hutti, Vinde Espíritos: pois eu sou Salomão, filho de Davi, comandante de djinns e homens! Vinde ou eu vos aprisionarei num frasco de metal!"

 

Abu Hijab, Calendário de Gênios 


   Olá pessoal! Nesse post vou divulgar meu novo livro "O Livro Completo Sobre Salomão" disponível em formato digital no site clubedeautores.com as citações acima foram tiradas do livro "Magia Oriental" de Idries Shah. Fragmentos de referências sobre o poder que Salomão tinha sobre os djinns, demônios e outros seres estão espalhados por diversas fontes. Algumas tradições dão mais ênfase a alguns aspectos do rei, outras tradições abordam mais determinadas facetas dele, mas, todas sempre trazem ao público uma imagem fascinante de Salomão. 

   Do ponto de vista da arqueologia e história, há muitas referências pouco ou mal exploradas como a menção a diversas montanhas na Ásia central com nomes como "Montanha de Salomão", "Trono de Salomão" e até as Ilhas Salomão no Pacífico são um lugar com uma história digna de ser investigada (também possui histórico de avistamento de ovnis). Também muitos pesquisadores mencionam sobre a presença de navegadores fenícios nas Américas e outros continentes. Historicamente Salomão era aliado de Hirão I rei de Tiro uma cidade/ilha do extremo Oriente do Mediterrâneo onde se falava o idioma fenício, uma forma de hebraico e outras línguas semitas. Historicamente Hirão I e Salomão eram donos de uma esquadra de navios conduzidos por marinheiros fenícios e há muitas evidências da presença desses exploradores fenícios inclusive aqui no Brasil antes da colonização dos portugueses. Alguns postulam que a chamada "terra de Ophir" era o Brasil, e, embora nas escolas seja ensinado que o nome "Brasil" foi dado pelos portugueses devido a exploração comercial da madeira pau-brasil, outros postulam outra teoria da origem do nome Brasil, pois, Brasil em hebraico (um dos idiomas falado pelos fenícios) significa "ferro" composto das letras beit, resh, zain e lamed=Brasil! Pra muitos pode parecer surreal a possibilidade de exploradores fenícios minerando minério de ferro na região do Brasil antes dos colonizadores portugueses mas as evidências estão aí. Assim também a história da formação de várias outras nações são cheias de variáveis e a história verdadeira parece ser bem diferente da história oficial (bastante romantizada). 

   O lado "mágico" de Salomão que aparece em diversas narrativas sobre ele prendendo entidades em jarros (inclusive em vários grimórios) é relativamente conhecido do público em geral. Nas histórias das Mil e Uma Noites esse aspecto de Salomão é constantemente mencionado (de maneira romanceada) mas possui lastro mesmo no Alcorão. Muitos artefatos mágicos são atribuídos a Salomão, os mais conhecidos certamente são seu anel mágico (ou anéis) que teria sido entregue a ele pelo arcanjo Miguel para controlar os espíritos, vários jarros com entidades lacradas e o "tapete mágico" que na verdade não voava por conta própria mas dependia de certas entidades para voar. 

   Convido o leitor a dar uma olhada e nos prestigiar adquirindo esse trabalho, que, dentro das minhas possibilidades busquei pesquisar profundamente nas diversas fontes as quais tive acesso sobre o rei Salomão, o link para o livro está à direita do blog:


 

 

 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

LIVRO NOVO DO AUTOR

   Olá pessoal! Nesse post eu vou divulgar meu novo livro "Crie Seu Próprio Método Divinatório" o link para a versão digital do livro no site clubedeautores.com.br está à direita do blog. Capa dele:


 
   "Sucedeu que certo dia o irmão do magrebino, querendo saber como estava o irmão, pegou areia, jogou-a (geomancia-adivinhação pela areia), examinou e contemplou as figuras formadas, tornou a examinar bem, viu a imagem de uma sepultura e constatou que estava morto. Muito triste, e já certo de que o irmão morrera, tornou a jogar a areia para saber como tinha sido sua morte, e em qual lugar, constatando então que morrera na China e que fora a mais indigna das mortes; tendo também sabido que quem o matara era um rapaz chamado Ala'uddin, imediatamente se preparou e saiu em viagem, (...) 
                              Livro das Mil e Uma Noites 
 
   Esse trecho foi tirado das "Mil e Uma Noites" uma coletânea de ficção do Oriente Médio mas com alusões a técnicas ocultistas reais e acontecimentos sobrenaturais. O antagonista da história do Aladin é o "feiticeiro magrebino" (do Magrebe, como era chamado antigamente a região da África Ocidental)  um personagem que estudou o oculto por quarenta anos. Após sua morte seu irmão igualmente conhecedor quis saber seu destino. Seria possível através de uma técnica tão simples saber detalhes acontecidos distante como a morte de seu irmão, como foi, quem foi o responsável e onde? É uma alusão a perícia em geomância um dos muitos métodos divinatórios e o quão acurado seria as respostas de um praticante avançado.
 
   "Este Nectanebo era um expert na arte mágica, e, valendo-se desse poder para submeter a todos os povos pela magia, vivia em paz. Quando em alguma ocasião se lançava contra ele alguma potência estrangeira, não se apressava em equipar seu exército, e sim tomava uma vasilha e praticava a lecanomancia (adivinhação com uma vasilha de água). Enchia a vasilha com água de uma fonte e com suas próprias mãos mdelava com cera barquinhos e figurinhas humanas e os colocava nos barquinhos. Ele se vestia com túnica de profeta e conservava em sua mão um báculo de ébano. E posto de pé invocava aos supostos deuses dos encantamentos, os espíritos do ar e as divindades subterrâneas. De modo que ganhavam vida as figuras humanas e assim ele submergia os barquinhos, nesse momento também os barcos reais dos inimigos eram destruídos. Assim transcorria paz em seu reinado. (...) Levantou-se, penetrou em seu palácio e, quando estava só, utilizando de novo a mesma técnica, examinou a situação na vasilha. Ali viu que os deuses do Egito guiavam o timão dos barcos inimigos. Nectanebo, que era um homem expert em magia e acostumado a conversar com seus deuses, ficou sabendo por eles que se aproximava os últimos momentos do reino do Egito, e assim resolveu fugir. (...)
 
                                             Pseudo Calístenes
 
   Esse trecho foi tirado do chamado "Pseudo Calístenes", houveram várias versões essa foi traduzida a partir de um manuscrito em grego feito por um escriba egípcio de Alexandria de meados do séc. III da Era Cristã. Os textos "Pseudo Calístenes" foram coletãneas de histórias sobre as façanhas de Alexandre O Grande, mais focadas nos aspectos fantásticos de suas aventuras e frequentemente incoerentes cronologicamente e historicamente. Nessas histórias o verdadeiro pai de Alexandre foi Nectanebo II o último faraó nativo egípcio antes da invasão Persa tomar a realeza no Egito. As narrativas dizem que ele era profundo conhecedor de todas as artes mágicas pelas quais o Egito era famoso desde os tempos de Moisés. Através dessas artes ele garantia que os exércitos inimigos não venceriam. Mas daquela vez consultando seus métodos ele constatou que era inevitável por isso fugiu para Pela na Macedônia onde mais tarde veio a conhecer Olímpia mãe de Alexandre. Perceba que Nectanebo faz uso de várias técnicas combinadas não apenas a tentativa de adivinhação simples, ele usa um tipo de "magia simpática" também chamada de "correspondência" na qual confecciona figuras de cera representando os adversários e também interage com com as deidades arquétipas do Egito obtendo assim o máximo de precisão e eficiência em sua averiguação. A atitude do consulente é muito importante, como eu observo no meu livro.
   No meu livro eu abordei desde técnicas tradicionais como o jogo de pedrinhas inscritas com runas, métodos que foram usados no Antigo Testamento, o I-Ching o Livro das Mutações, Tarô e várias outros métodos divinatórios. Para os mais leigos pode parecer apenas jogos de criança, mas, o praticante avançado combinando a atitude correta e o método correto pode obter conselhos muito bons, e, caso tenha alguma sensibilidade mediúnica, saber exatamente o que se passa distante com total precisão (o que é para poucos, mas pode ser estimulado através de êxtases mentais). Embora possam parecer simplistas, quanto mais detalhes se aprende sobre alguns desses métodos mais se percebe o quanto podem ser úteis. Um exemplo é o I-Ching. A sorte é usada para se formar o "hexagrama" figura composta de seis linhas horizontais inteiras e quebradas, mas a interpretação dada pelo conselho de cada um desses hexagramas é muito inteligente. A ideia principal oriunda do taoísmo e incorporada ao misticismo chinês é que tudo está em constante mudança, então o I-Ching oferece conselhos para melhor agir nessa mudança. Um exemplo esse hexagrama:
 
   É chamado de "Po" e tem o significado de "desmoronando" e sua imagem remete a uma casa dividida e com um fino telhado prestes a ruir. O conselho que o I-Ching dá quando o consulente tirar esse hexagrama é a mudar o rumo que está tomando, pois, se continuar assim ele vai ruir.
   Outro método divinatório muito popular é o Tarô, especificamente os chamados Arcanos Maiores que são as 22 cartas com o estilo chamado "Tarô de Marselha". No meu livro eu expliquei os atributos e significados dessas 22 cartas e o modo de interpretá-las. Muitos ocultistas tem criado versões próprias de tarô, algumas muito criativas. Eu também criei meu próprio tarô com 18 cartas, elas estão no livro com os significados para o praticante usar se quiser. 
   Resumindo, "Crie Seu Próprio Método Divinatório" oferece ao leitor explanação a respeito de métodos divinatórios variados, como são usados e a melhor maneira de tirar proveito deles para obter respostas mais bem apuradas, e, caso o consulente queira, combinar diferentes técnicas para criar o métodos divinatório com o qual ele se sinta melhor e que possa usar de maneira mais eficiente.
 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

 NOVO LIVRO DO AUTOR: MEDITAÇÃO E CRISTAIS-UM GUIA PRÁTICO


   Olá a todos! Depois de algum tempo pesquisando em várias fontes e também praticando publiquei meu novo livro "Meditação e Cristais-Um Guia Prático", o link está á direita do blog:


   Preciso ressaltar alguns pontos da obra relevantes para que quem deseja partir para a prática possa tirar melhor proveito. 

   É difícil falar sobre meditação para o público ocidental médio, pois, esse público possui ideias pré-concebidas bastante deturpadas sobre meditação. Existem diferentes graus de meditação, diferentes estados mentais, e os praticantes avançados conseguem combinar e potencializar esses diferentes graus para poderem alcançar estados mentais nos quais a percepção da realidade do praticante é totalmente diferente da percepção comum que a maioria tem. É complicado explicar apenas por palavras escritas, o ideal é orientar o iniciante pessoalmente. Mas, a prática correta de técnicas meditativas gera grandes benefícios para o praticante os quais ele pode aproveitar em outras técnicas de ocultismo. Para fazer bom uso de técnicas meditativas em conjunto com minerais uma das coisas mais importantes é dominar o "ponto zero" do estado mental, naturalmente tranquilo e "neutro" nesse estado o praticante consegue acessar bem a vibração dos minerais com os quais vai praticar. 

   Já com relação aos minerais, também existem muitas ideias exageradas que são propagadas. Um ponto a ser levado em conta é que pelo simples fato de tais minerais terem sido manuseados por outras pessoas, eles acabam ficando impregnados de informação, quem tem talento para psicometria (leitura de informação pelo toque) pode sentir essas informações. As cores dos minerais é outro ponto altamente relevante, cores específicas são ideais para determinados propósitos. Cada tipo de mineral possui uma determinada vibração, já existem muitas listas detalhando sobre alguns deles, mas, quando o praticante aprende a sentir, ele pode aperfeiçoar, afinar sua capacidade de sentir essas vibrações por conta própria sem precisar conferir listas. Naturalmente isso demanda esforço, para a maioria das pessoas pedras são apenas pedras e nada mais, mas, antes de encará-las como objetos inertes e inúteis deve-se levar em conta que tudo a nossa volta é matéria, diferentes elementos, e cada elemento possui propriedades singulares, a ciência tradicional faz uso das propriedades desses minerais em vários tipos de tecnologias, entretanto algumas capacidades de certos materiais ainda são desconhecidas, em especial o modo como certos materiais interagem com a consciência humana. Os cristais de quartzo são os minerais mais lembrados nessa área o quartzo por si só é um material extraordinário e possui propriedades como: arquivista, amplificador de consciência e pode ser programado para praticamente qualquer propósito. Dentro do nosso cérebro existe a glândula pineal sempre mencionada pelos esotéricos pelas suas propriedades metafísicas, na glândula pineal existem porções de minerais chamado "corpora arenacea" "acervuli" ou "areia cerebral" esses minerais vibram quando expostos a certos campos eletro magnéticos, eles facilitam a interpretação de certas vibrações e frequências. Assim sendo, meditar com alguns desses minerais presentes na glândula pineal cria uma ressonância o que ajuda a estimular e amplificar as chamadas "habilidades psíquicas". As propriedades metafísicas do quartzo já eram conhecidas dos antigos e um extraordinário cientista que também foi um ocultista chamado Marcel Vogel (1917-1991) criou um design de lapidação de cristais de quartzo que amplifica as capacidades deles e sua interação com a consciência humana. Meu singelo cristal Vogel:


   Experiencias extraordinárias podem ser alcançadas quando se atinge elevados estados mentais e os minerais são auxiliares fantásticos nessa prática. Nesse livro eu busquei dar ao leitor informações com embasamento para ele poder desenvolver seus próprios métodos e se beneficiar com a prática.

sábado, 10 de outubro de 2020

 A  CAIXA  DIBBUK

     Olá pessoal! Nesse post vou falar um pouco sobre o caso da chamada "caixa dibbuk".

    No meu livro "Análise Sobre Mitos e O Oculto" eu fiz uma menção resumida sobre esse caso. Tudo começou quando em uma venda de garagem Kenin Mannis dono de uma loja de móveis antigos viu uma caixa tipo armário de vinho antiga e quis comprar. Mas antes de levar foi advertido pela neta da senhora Havela que aquela caixa continha o "dibbuk" preso e que jamais deveria ser aberta. Kenin deixou a caixa no depósito de sua loja. Sua funcionária presenciou fenômenos estranhos e inclusive vozes proferindo palavrões. Ela ficou tão assustada que saiu imediatamente da loja e nunca mais voltou! Kenin ao dar a caixa a sua mãe ela sofreu um derrame pouco tempo depois. Quando ele deu a caixa a seu irmão, esse também a devolveu afirmando que ela exalava um cheiro ruim. Durante todo tempo que a caixa permaneceu em sua casa Kenin e seus parentes próximos sofreram com fenômenos negativos. Ele resolveu vender a caixa no Ebay relatando os fenômenos negativos. Mesmo assim a caixa teve um comprador chamado Nietzke. Neitzke sofreu na pele as consequências dos fenômenos e decidiu vendê-la novamente no Ebay. O próximo comprador foi um médico chamado Jason Haxton que já acompanhava os relatos a respeito dos fenômenos pelo blog pessoal de Neitzke. Ao sofrer também os fenômenos, Jason entrou em contato com o primeiro comprador Kenin que recomendou a ele conversar com os donos originais. Foto de Jason com uma réplica da caixa:


      Ao investigar pessoalmente, Jason ficou sabendo que a origem da caixa remete a Polônia no ano de 1938 durante as perseguições dos nazistas aos judeus. Uma judia Havela junto a uma amiga resolveram contactar um espírito para poderem ajudar contra os nazistas usando um método semelhante ao tabuleiro Oija mas usando um pêndulo. Elas mantiveram contato com um espírito e em determinado momento ele pediu para "vir" aqui a nosso plano material e elas autorizaram, mas perceberam que o espírito era maligno e tentaram lacrá-lo (ou "selá-lo" se preferirem) em um objeto mas falharam. Após a Segunda Guerra Mundial, Havela tenta novamente prender o espírito e consegue fazê-lo naquela caixa. Ao migrar para os EUA Havela leva a caixa consigo e conta a origem dela a sua neta. Seu desejo era que a caixa fosse enterrada junto com seu corpo ao morrer, mas, isso era contra as regras de um enterro judaico ortodoxo tradicional. Em sua pesquisa para tentar selar definitivamente a caixa Jason conheceu Rebeca Edery uma livreira cujo pai era um judeu que havia estudado cabala. Rebeca contou a Jason que ele deveria realizar um tipo de enterro cerimonial com um "mynian" um grupo de orações composto por dez pessoas. Em 2004 Jason realizou o ritual estilo wicca tendo colocado a caixa em outra caixa feito de madeira de acácia e foleada a ouro. 

     Quando tornou pública a história Jason era tão assediado por curiosos que teve que mudar o número de telefone. Ele criou um site thedibbukbox e também o livro contando a história. Jason passou a aparecer em programas de tv onde contava a história sobre a caixa e levava réplica. Em 2013 ele disse que a caixa original estava lacrada e escondida em um lugar seguro. Dentro da caixa original haviam duas moedas antigas de penny, um castiçal de ferro, uma taça de ouro, uma placa de granito com o nome de Salomão em hebraico, duas mechas de cabelos uma mecha loira e outra marrom (talvez das duas mulheres que lacraram o espírito da primeira vez) e um botão de rosa seco. Fotos de como seria a caixa por dentro e fechada:




     Do lado de trás da caixa também haviam inscrições em hebraico, percebe-se que o início é o "shemá" Deuteronômio cap. 6 versículo 4. "Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.":


     Em 1891 Elijah J. Bond obteve a patente para o tabuleiro "Ouija" tal qual é conhecido hoje em dia, mas, para se fazer contato com o "outro lado" existem muitas variações de métodos e apetrechos, as mulheres judias que prenderam esse dibbuk usaram um método com pêndulo para se comunicar com entidades. Muitos acidentes decorreram pelo uso de métodos assim pelas pessoas através dos tempos e ainda ocorrem. Manter contato com o "outro lado" não é difícil, como os grupos Espíritas vem fazendo a tanto tempo, o problema é que quase nunca se tem certeza sobre que tipo de entidade está "do outro lado" e em determinado momento depois das comunicações a entidade acaba ganhando a confiança da pessoa e pede para ela "convidar" ela para cá "dar a permissão" e é aí que as coisas saem do controle. Muitos casos graves de possessão demoníaca acontecem por causa disso. O nome de Salomão gravado na pedra não surpreende já que ele é considerado por muitas tradições como o maior dominador de espíritos que já existiu. A crença em "dibbuk" abre o leque de possibilidades a respeito de entidades não físicas que a maioria crê se resumir a anjos e demônios. Um "dibbuk" na crença judaica pode ser qualquer coisa inclusive um espírito de alguém que morreu e foi condenado a vagar em nosso plano material pelos seus pecados. A crença em reencarnação sempre existiu na tradição judaica (Jesus também falou sobre) mas é desencorajada pelos rabinos mais tradicionais. Uma exceção foi o célebre ARI (Isaac Luria 1534-1572) ele não só falava abertamente sobre reencarnação como também deu muitas provas. Um "dibbuk" seria então algo bastante genérico mas essencialmente uma entidade vagante não física.       

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

AS  RELAÇÕES  DE  MAOMÉ  COM  OS  DJINNS

      Olá a todos! Nessa postagem vou mencionar alguns relatos que falam sobre o contato que Maomé teve com os djinns direta ou indiretamente.

   Antes de mais nada o leitor deve se familiarizar com os conceitos sobre o que é um djinn. "Djinn" é uma palavra árabe que significa "oculto" e se refere a um grupo específico de entidades conhecidas mesmo antes do islã, normalmente não se manifestam visivelmente por isso o nome. O conceito mais próximo de djinn que a maioria dos ocidentais conhece é o "gênio da lâmpada" das histórias do Aladim, pois djinn é o mesmo que gênio só que não tão acessível como o da história e na maioria das vezes bastante hostil a contato com humanos. Para ter uma ideia recomendo darem uma olhada em outro post desse mesmo blog intitulado "FADAS/DJINNS". Em se tratando de entidades na maioria das vezes invisíveis várias tradições reconhecem a existência de anjos, demônios (que são ex-anjos que abandonaram sua antiga condição) e até mesmo "dibuks" da tradição judaica que são entidades não físicas, mas, os djinns não se encaixam nessas categorias. O Alcorão diz que os anjos foram criados de luz, os homens do barro (matéria física) e os djinns de "fogo sem fumaça" ás vezes chamado de "fogo puríssimo", como no capítulo 15 Al Hirj versículos 26 a 27:


   "E criamos o homem de argila seca, de barro modelável.

   E os djinns, havíamo-los criado de fogo sem fumaça."


   Também no capítulo 55 do Alcorão chamado "O Clemente" versículos 14 a 15:


   "Criou o homem de barro semelhante ao do oleiro,

   E criou os djinns de um fogo sem fumaça."


   A categoria peculiar a qual pertence os djinns permite a eles agirem nos bastidores e frequentemente eles enganam as pessoas fazendo traquinagens e ás vezes se passando por almas de parentes mortos, anjos ou sendo identificados com demônios (no passado gostavam de se passarem por divindades pagãs e serem adorados). Os celtas os chamavam de fadas, na China, Coréia e Japão eram as kitsunes ou tennins. Não tem formas definidas e podem assumir a forma que quiserem, frequentemente de animais além de também poderem possuir humanos assim como os demônios fazem. Deve-se tomar cuidado para não interpretar trechos do Alcorão de maneira literal, quando ele diz que os anjos foram criados de luz não se trata da luz natural como a conhecemos mas sim de outro tipo de luz, assim como quando diz que os djinns foram criados de "fogo" não está se referindo ao fogo natural que aquece e queima a matéria mas sim de um tipo específico de fogo que nós poderíamos classificar como "plasma" um dos estados da matéria ou "energia". Eles tem um longo tempo de vida e livre arbítrio, mas, uma hora terão seus atos julgados, os melhores receberão recompensas de Deus e os piores condenados ao inferno assim como os humanos. 

   Maomé já conhecia os djinns antes do Alcorão ser revelado á ele, em especial ele tinha aversão aos indivíduos que se deixavam influenciar por eles os "possuídos por djinns" alguns eram levados até a insanidade por dar crédito á essas vozes, alguns poetas se beneficiavam da inspiração que os djinns lhes instigavam e muitos feiticeiros faziam um tipo de "parceria" com os djinns se beneficiando de seus atos e das informações que esses lhes traziam, á esses feiticeiros que o Alcorão se refere no capítulo 6 "O Gado" versículo 128:


   "E no dia em que os congregará a todos, dirá: 'Djins, seduzistes os homens em grande número.' E os amigos dos djinns entre os homens dirão: 'Deus nosso, temo-nos usado mutualmente e agora atingimos o termo que nos fixaste.' Deus lhes dirá: 'O fogo é vossa morada. Nele permanecereis para todo o sempre salvo os que Deus quiser salvar'. Teu Senhor é sábio e conhecedor." 


   Na tradição árabe Salomão é reconhecido como sendo aquele que mais tirou proveito dos djinns usando-os para quase tudo, em especial na construção do templo. Não que fosse mérito próprio dele mas sim uma concessão especial de Deus á ele. Tradicionalmente os djinns quando são retratados na arte árabe ou persa o são com formas misturadas meio humanas meio animalescas. Nessa ilustração no estilo persa Salomão está no centro cercado de anjos que o serviam, homens, animais (Salomão conhecia a linguagem dos animais) e djins. Os djinns são retratados como grotescos e meio animais, eu fiz círculos em vermelho para destacá-los:


     Nessa outra ilustração seguindo o mesmo estilo persa circulei os djinns em vermelho á direita:


   Essa outra ilustração no estilo persa representa Salomão junto a rainha de Sabá com alguns anjos acima e destaquei os djinns com círculos vermelhos também:



   Essa ilustração de um livro iraniano representa um djinn, note que foi representado montado em um animal semelhante a um elefante. Em manuais de demonologia é muito comum alguns demônios serem representados com formas animalescas ou montados em animais e bestas estranhas, os demônios de mais alta hierarquia costumam ser representados montados em bestas, não há muita diferença entre um djinn mau e um demônio:



      Uma narrativa fala de uma vez em que Maomé quis mostrar djinns a alguns de seus seguidores que duvidavam da existencia deles. Apenas um teve coragem de o seguir. É descrito no livro "Os Vingativos Djinn":


   "Em 'Dala'il-al-Nubuwaat', Imam Baihai afirma que o profeta Maomé certa vez disse a seus companheiros em Meca: 'Aqueles que dentre vós desejarem ver os djinn, devem me procurar hoje á noite'. Um de seus seguidores, Hadhrat Abdullah Ibn Masood, foi o único que apareceu, pois todos os outros tinham medo dos djinn. O profeta o levou a uma colina alta em Meca, em uma noite clara, porém sem luar. Maomé desenhou um círculo e disse a Ibn Masood que ele deveria ficar sentado e imóvel dentro do círculo, independentemente do que ocorresse. Hadhrat Abdullah Ibn Masood se sentou dentro da borda do círculo e começou a a recitar o Alcorão. De repente, uma grande quantidade de djinn apareceu de uma fumaça e cercou Maomé, que estava fora do círculo. Os djinn pareciam estar criando uma barreira em volta do profeta, prendendo-o.

   Ibn Massod ouviu os djinn dizerem a Maomé: 'Que evidência você nos dá de que é o profeta?'

   Maomé apontou para uma árvore próxima e disse: 'Vocês aceitarão minhas palavras se essa árvore der a evidência?'

   O líder do grupo de djinn respondeu: 'Sim, aceitaremos'.

   Então, o profeta chamou a árvore e ela caminhou em direção aos djinn. Era uma evidência de que Maomé de fato era o profeta escolhido por Alá. Os djinn ficaram tão impressionados que louvaram a Alá e seu profeta, e se converteram ao islã." 


   Desde que passou pela experiencia da caverna de Hira, Maomé teve seus sentidos sutis despertados e então passou a ter a capacidade de enxergar entidades do plano sutil como anjos, demônios e djinns, ele os reconhecia mesmo quando assumiam outras formas. Na tradição muçulmana acredita-se que os djinns assumam ás vezes a forma de serpentes, cães ou gatos. É muito mais frequente os djinns serem identificados com a forma de cães (em especial cães negros) no mundo islâmico. Maomé particularmente não gostava de cães e na comunidade muçulmana os cães são considerados sujos e criaturas desprezíveis. Quando estão fazendo uma das orações diárias se um cão passar por perto se considera que aquela prece foi "anulada". Ainda hoje muitos muçulmanos detestam cães possivelmente por causa dessa associação que eles fazem dos cães com os djinns. Por outro lado Maomé teve realmente um gato de estimação e ele considerava os gatos "úteis". Por isso os muçulmanos ainda nos dias de hoje costumam gostar de gatos. Nas Síria, país devastado pelas guerras, muitas casas abandonadas se tornaram abrigo para gatos vadios porque seus donos morreram. Em Istambul na Turquia os gatos estão por toda parte pelas ruas, tão á vontade como as vacas na Índia. 

   No passado, muito mais do que hoje em dia os djinns interferiam na vidas das pessoas muito provavelmente porque nós hoje estamos cercados de eletricidade e aparelhos eletrônicos que emitem campo eletro-magnètico (que afeta negativamente os djinns) e ferro que os djinns detestam. Mas nas cidades interioranas com menos interferência de aparelhos eletrônicos muitas histórias insólitas ainda são comentadas de intervenção de entidades não identificadas. No passado andar solitário por lugares ermos poderia tornar os caminhantes alvos fáceis para a traquinagem dos djinns. No volume 1 das "Mil e Uma Noites" de Mamede Mustafa Jarouche há um anexo que menciona uma história que Maomé contou a Aisha a respeito de um sujeito que saiu á noite e foi capturado pelos djinns, veja:


   "Eu tive notícia de que Aisha pediu ao profeta -que a paz e as preces de Deus estejam com ele! 'Ó profeta de Deus, conte-me a história de Hurafa'. Então o profeta -Que a paz e as preces de Deus estejam com ele! Disse: 

   Deus tenha piedade da alma de Hurafa, que era um homem bom. Ele me contou que, certa noite, saiu devido a uma necessidade qualquer, e, em meio a caminhada, topou com três gênios que o aprisionaram. Um deles disse: 'Vamos perdoá-lo', o segundo disse: 'Vamos matá-lo' o terceiro disse: 'Vamos escravizá-lo'. Enquanto eles discutiam sobre o que fazer com ele, surgiu um homem que lhes disse: 'A paz esteja convosco', e eles responderam: 'Convosco esteja a paz'. O homem perguntou: 'O que são vocês?', e eles responderam: 'Somos da raça dos gênios. Capturamos este homem e estamos discutindo o que fazer com ele'. O homem lhes disse: 'Se acaso eu lhes contar uma história espantosa, vocês me dariam sociedade nele?' Disseram: 'Sim'. Então ele disse (...)." 


   O tradutor Jarouche menciona que a história em que um mercador é salvo de ser eliminado por um gênio pela narrativa de acontecimentos fantásticos contados por outros indivíduos possivelmente teve origem a partir desse relato, baseado nele. Quando li esse caso me lembrei de outro semelhante contado no Malleus Maleficarum o "Martelo das Feiticeiras" de Kramer e Sprengler:


   "Há também uma história dos três companheiros que caminhavam por uma estrada quando dois deles foram subitamente fulminados por um raio. O terceiro ficou apavorado ao ouvir vozes no ar, a dizer: 'Vamos fulminá-lo também.' Em seguida ouviu outra voz retorquir: 'Não podemos, pois que hoje ele ouviu a sentença: 'O Verbo se fez carne.' Compreedeu então que fora salvo porque naquele dia assistira á Missa e, ao final dela, as palavras de S. João, no Evangelho 'No princípio era o Verbo'(...)."


   Deduz-se daí que esse trecho do Evangelho em particular parece conferir um tipo de proteção. No Alcorão também certos trechos são creditados como tendo efeito protetor quando recitados ou escritos. 

   Embora até agora eu tenha mencionado apenas ações negativas dos djinns e atributos negativos, (os muçulmanos costumam acreditar que os djinns frequentam lugares normalmente sujos como banheiros por exemplo) é bom deixar claro que nem todos são maus. Eles tem livre arbítrio assim como nós, existem djinns bons e djinns depravados. Um trecho de Hadith (coletâneas de narrativas relacionadas a Maomé, sua vida e seus atos) é citado em "Os Vingativos Djinn":


   "O mensageiro de Alá disse; 'Não vos impregneis de imundície nem de ossos, pois é o alimento de vossos irmãos dentre os djinn.'"


   Mas porque Maomé disse que ossos são alimentos dos djinns, acaso os djinns que são seres "espirituais" comem ossos? Não, isso demanda uma explicação. Quando querem os djinns podem realmente assumir uma forma física e comer alimentos assim como nós para sentir o gosto. Mas eles não tem necessidade disso. Como são seres feitos de um tipo de "energia" é de um tipo de energia que eles se alimentam. Quando indivíduos fazem oferendas de alimentos á entidades, na maioria das vezes as entidades não comem os alimentos, eles ficam expostos até apodrecer. Mas eles se alimentam da "energia" presente nessas oferendas de alimentos, em especial a intenção que as pessoas põem nessas oferendas. Uma narrativa diz que certa vez Maomé foi convidado por djinns bons, por isso ele levou ossos de animais á eles como um tipo de presente. Os djinns não tem necessidade de ossos para comer. Mas toda matéria orgânica emana um tipo de energia, o que matérias inorgânicas como vidro ou metais não tem. É a energia orgânica presente nos ossos (e qualquer outra matéria orgânica) que os djinns absorvem, por isso a recomendação de Maomé. Espero ter elucidado algumas narrativas a respeito do contato direto ou indireto de Maomé com os djinns.